terça-feira, 23 de agosto de 2011

Lojas Pernambucanas: história e dados diversos


A rede de lojas de departamento Casas Pernambucanas é uma das maiores e mais tradicionais empresas de varejo do Brasil. Dados da própria rede a apontam como a líder no setor de cama, mesa e banho. Além disso está entre as cinco maiores redes de lojas de roupas e entre as dez maiores redes do setor de Eletro.
A rede já tem mais de 100 anos de existência. Sua primeira loja foi fundada em 1908, atuando apenas no setor têxtil. Vamos olhar mais de perto a história e alguns dados mais atuais sobre as Casa Pernambucanas.

Breve História

Assim como diversas outras grandes redes de lojas de varejo brasileiras — Casas Bahia e Lojas Americanas são os melhores exemplos — as casas Pernambucanas foram fundadas por um imigrante.
Herman Theodor Lundgren veio da Suécia para o Brasil em 1855 e se estabeleceu no estado de Pernambuco, mais especificamente na cidade de Recife. Poliglota que era, teve facilidade em encontrar seu primeiro trabalho no Brasil, como intérprete de estrangeiros. Antes de adquirir, em 1904, a fábrica de tecidos que daria origem às Casas Pernambucanas, ainda trabalhou como importador de diversos produtos e foi proprietário de uma fábrica de pólvora, a Pernambuco Powder Factory.
1908 foi o ano que marcou a fundação da primeira loja das Casas Pernambucanas, em um distrito de Olinda chamado Paulista. A princípio as Casas Pernambucanas tinham outro nome — Lojas Paulista — porém com a derrota do estado de São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932 a família decidiu mudar o nome da rede.
Detalhe importante: Herman Lundgren faleceu em 1907, portanto a fundação da primeira loja, em Paulista, em 1908, não pode ser atribuída a ele, erro cometido por muitos artigos web afora.
Nos anos 1920, as Pernambucanas criou uma estratégia de marketing inovadora, numa época em que o próprio conceito de marketing ainda não existia como tal. A estratégia consistia em enviar seus funcionários para escrever propagandas com o nome da rede em pedras, barrancos, porteiras, árvores e onde mais fosse possível escrever.
Frases como “Tecidos / Casas Pernambucanas / Onde todos compram” e “Tecidos bons e baratos, Casas Pernambucanas” foram usados na campanha.
Além disso, a rede criou um manual que instruia seus gerentes a fazerem propaganda (na época chamados de “reclames”) em circos e cinemas.
As estratégias foram tão bem sucedidas e aumentaram de tal forma a demanda que a rede criou uma marca de tecidos chamada “Olho”. Em 1924 foi inaugurada a Fábrica de Tecidos Rio Tinto, na Paraíba, já pelas mãos de Frederico Lundgren, herdeiro de Herman Theodor.
Na década de 1930, as lojas das Casas Pernambucanas começam a ser fundadas em diversas cidades “recém-nascidas”, motivadas pela recente criação das primeiras ferrovias brasileiras. Ter uma loja das Pernambucanas em sua cidade era um sinal de progresso e prestígio, tanto que alguns prefeitos pediam que tais lojas fossem instaladas em seus municípios.
Em 1940 já haviam lojas das Casas Pernambucanas em São Paulo. Com a guerra e a consequente dificuldade de importação de bens, tanto pelos problemas internacionais em si quanto pela falta de recursos locais, era necessário, mesmo para a elite, comprar produtos feitos localmente e com bons preços. Com isso as Pernambucanas fizeram imenso sucesso com diversas liquidações. Para atrair o público e dar um ar de segurança em tempos difíceis, a rede criou um personagem, o “Grillo”, um policial de madeira, instalado na porta das lojas.
Na década de 1950, com a prosperidade recente do cinema nacional, surge a idéia de levar o cinema, com películas e projetores, para os lugares onde não haviam salas.
Os anos 1960 foram extremamente importantes para a rede. Foi nessa época que lançaram a campanha, com o filme que é lembrado até hoje, com o irresistível texto: “Quem bate? É o frio. Não adianta bater / que eu não deixo você entrar”. Um sucesso absurdo que ajudou a consolidar a rede como a maior e mais bem sucedida que o país já havia visto.
Em 1970 a rede inaugura seu programa de crediário e começa a inserir novos produtos, como vestuário para homens e crianças, além dos produtos femininos, e eletro.
Em 1990 a rede começa a se informatizar e lança seu cartão de crédito, o Cartão Pernambucanas.
Nos anos seguintes o sucesso continuou e a rede está presente hoje em sete estados brasileiros e atua nos setores têxtil (cama, mesa, banho, tapetes e cortinas), vestuário, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática e ainda atua no setor de serviços financeiros, com empréstimos, seguros, cartão de crédito e outros.

www.pernambucanas.com.br – o site das Casas Pernambucanas

Até 2009, a Pernambucanas mantinha um site de e-commerce, onde vendia todos os produtos das categorias atendidas pela rede.
Em julho de 2009, o e-commerce foi tirado do ar. Não foi dada uma explicação oficial para essa movimentação e o mercado estranhou a atitude, já que o site era aparentemente muito bem-sucedido, competindo com força contra sites como compra fácil e americanas.com.
Com o fim do e-commerce das pernambucanas, o responsável pelo site, Jonas Antonio Ferreira, foi contratado pelo Carrefour, que lançaria seu e-commerce em março do ano seguinte, 8 meses depois.
Hoje o site das Casas Pernambucanas serve apenas como catálogo e para divulgação de campanhas de marketing e promoções. Não há mais venda de nenhum produto online, apenas nas lojas físicas.

Números e dados diversos

  • As Casas Pernambucanas estão presentes em sete estados brasileiros: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Curiosamente, o estado de Pernambuco, berço da rede e origem de seu nome, não tem hoje nenhuma loja da rede, devido a disputas entre os herdeiros. As lojas do Rio de Janeiro acabaram sendo fechadas pelo mesmo motivo.
  • A rede tem mais de 15.000 funcionários
  • O faturamento das Pernambucanas em 2009 foi de R$ 4,2 bilhões
  • A empresa investe na qualificação de seus funcionários. Desde 2005 mantém uma “Universidade Corporativa”, na qual investe mais de R$ 2 milhões. Isso ajuda a diminuir a rotatividade e possibilita que funcionários da rede cresçam e se tornem gerentes.

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